Extração durante o Período de Defeso do Paiche em Pucallpa, Peru

O paiche (Arapaima gigas) é um peixe amazônico valorizado pela sua carne de alta qualidade. No entanto, ele tem sido sobreexplotado nos últimos 30 anos. Isso se deve à sua crescente demanda e ao boom gastronômico. Para abordar esse problema, as autoridades implementaram um período de defeso do paiche. Este período consiste em um defeso anual de cinco meses, de outubro a fevereiro. Durante esse tempo, é proibida a captura e comercialização dessa espécie na bacia amazônica.

Durante o período de defeso do paiche, o governo, através do PRODUCE, busca proteger e preservar a espécie. Além disso, estão sendo promovidos projetos de paichecultura e repovoamento em cochas e lagos. Essas medidas são fundamentais para a sustentabilidade da espécie a longo prazo. Embora a população de paiche tenha aumentado em áreas naturais como o lago Imiría, os níveis de captura fora do período de defeso ainda são baixos. Isso elevou o preço de sua carne.

Embora o esforço das autoridades já tenha começado a dar resultados, a quantidade de exemplares de paiche aumentou em fontes naturais. No entanto, no lago de Imiría, os níveis de captura em meses fora de defeso estão longe dos níveis de 15 anos atrás. Isso afeta diretamente o preço final da carne, que é elevado. A maior parte dessa carne é destinada à exportação, em detrimento do consumo local. No entanto, o que tem crescido de forma constante é a produção em cativeiro. Essa produção foi observada em várias regiões do Peru, especialmente em projetos especiais em Loreto e Ucayali.

A MORFOLOGIA DO PAICHE APRESENTA AS SEGUINTES CARACTERÍSTICAS

CABEÇAS

A cabeça do paiche é relativamente pequena em comparação com seu corpo. Representa aproximadamente 10% de seu peso total. Está coberta por 60 placas de tamanhos variados. Essas placas têm de 6 a 8 poros em suas bordas posteriores. Através desses poros, o paiche expulsa um muco esbranquiçado. Esse muco, que os nativos da selva chamam de “leite”, acredita-se que serve para alimentar suas crias. Isso acontece quando nadam em cardumes perto da cabeça do adulto.

CORPO

O corpo do paiche é alongado, cilíndrico e de forma elipsoidal em seção. Está coberto por grandes e fortes escamas cicloides. As nadadeiras peitorais estão separadas das ventrais. Enquanto isso, as nadadeiras dorsal e anal estão próximas à nadadeira caudal.

COR

A partir do oitavo mês de desenvolvimento, o paiche apresenta uma coloração marrom clara. Sua cabeça e parte dorsal têm um tom mais escuro. Na metade posterior de seu corpo, as escamas do abdômen têm bordas de cor vermelho escuro. As nadadeiras ventrais dos adultos mostram manchas amarelas e negras dispostas em ondas irregulares. Por sua vez, as nadadeiras dorsal, anal e caudal têm manchas claras.

HÁBITOS ALIMENTARES

O paiche, como espécie carnívora, baseia sua alimentação em peixes pequenos. Consome entre 8% e 10% de seu peso corporal quando jovem. Na idade adulta, esse consumo é reduzido para cerca de 6%. No seu primeiro ano de vida, pode atingir até 10 kg de peso. Suas presas favoritas incluem peixes dos gêneros Prochilodus, Tetragonopterus e Leporinus. Os Loricarídeos (carachama) são os mais preferidos. Captura suas presas através de uma forte sucção com a boca. Esse método é acompanhado de um estalo e movimentos bruscos de cabeça e cauda. Sua estrutura óssea bucal lhe permite esmagar a presa antes de engoli-la. Os paiches costumam se alimentar durante a tarde ou ao amanhecer. Durante o dia, refugiam-se sob a vegetação aquática para escapar do calor. Permanecem imóveis no fundo de lagos ou rios, emergindo apenas ocasionalmente para respirar.

REPRODUÇÃO DO PAICHE

Durante o período de defeso do paiche, as autoridades não apenas protegem os paiches adultos. Também permitem a recuperação das populações juvenis. Nesse período, o paiche busca áreas seguras nos rios para desovar. Isso acontece especialmente durante as épocas de inundação, quando a água está mais limpa. As fêmeas constroem ninhos nos fundos aquáticos, onde depositam seus ovos. Estes são vigiados e protegidos tanto pelas fêmeas quanto pelos machos.

ALEVINS

O paiche, como espécie heterossexual, não apresenta dimorfismo sexual visível. Tem fecundação externa e se adapta facilmente a habitats artificiais. Isso inclui grandes tanques ou pequenos reservatórios, onde sua reprodução ocorre de maneira natural.

REPRODUÇÃO EM AMBIENTES NATURAIS

Nos rios da Amazônia, a partir de novembro, o paiche busca zonas de água limpa para preparar seu ninho. Isso acontece quando o nível dos rios aumenta devido às chuvas. Evita áreas frequentadas por jacarés e piranhas, que representam uma ameaça para suas crias. A uma profundidade de 1,5 metros, o casal de paiches realiza um cortejo ruidoso. Emergem ocasionalmente para respirar e depois mergulham novamente. Durante esse período, emitem sons que lembram a voz humana. O paiche adquire uma cor mais intensa, com escamas de um carmesim brilhante. O vermelho se torna mais pronunciado, especialmente em áreas que antes não apresentavam essa cor, como abaixo de sua mandíbula.

PREPARAÇÃO DAS “CAMAS” OU “NINHOS”

Ao final do cortejo, as fêmeas de paiche buscam os fundos mais limpos. Usando seu focinho e boca, constroem ninhos com profundidade de 20 cm e diâmetro de 60 cm.

ECLUSAO

Uma vez construídos os ninhos, as fêmeas depositam lá seus ovos. Estes são fecundados imediatamente pelos machos. A eclosão ocorre em aproximadamente cinco dias, dependendo da temperatura da água. As larvas, ao nascer, medem cerca de 11,5 mm de comprimento. Essas larvas já podem ser criadas artificialmente. A partir do quinto dia, devem começar a buscar alimento fora de seu entorno imediato.

PROTEÇÃO NATURAL DAS LARVAS E ALEVINOS

Durante a etapa de incubação, as fêmeas cuidam de suas crias. Não permitem que outros peixes se aproximem. Os machos assumem a responsabilidade de proteger o cardume de larvas e alevinos. Nessa primeira fase, as crias desenvolvem um instinto natural de proteção. Quando sentem perigo, os alevinos se refugiam nas brânquias de seus pais. Estas se expandem para abrigá-los até que o risco desapareça. Durante esse período, as crias se alimentam de larvas de insetos encontradas nas raízes e no lodo. À medida que crescem, começam a nadar mais longe de seus pais, mantendo-se sobre seus dorsos. Quando atingem o tamanho de uma palma da mão, se emancipam e começam a viver de forma independente.

ÉPOCA DE DESOVE E MADUREZ SEXUAL

A temporada de desova do paiche ocorre durante todo o ano. No entanto, tem maior intensidade entre setembro e dezembro. Essa temporada diminui entre março e maio. A maturidade sexual é alcançada quando os indivíduos medem entre 1,60 e 1,70 metros. No entanto, a desova ocorre em tamanhos de 1,80 a 1,90 metros. Isso significa que um paiche que começa a amadurecer em torno de 1,65 metros de comprimento demoraria aproximadamente um ano para desovar.

PREDADORES E PARASITAS PREDADORES

Além do ser humano, os inimigos naturais do paiche juvenil incluem aves como a sharara (Anhinga anhinga) e o martim-pescador (Megaceryle torcuata). Também estão o cushuri (Phalacrocorax brasilianus) e, ocasionalmente, as garças (Ardeidae). Entre os peixes que representam uma ameaça destacam-se a piranha (Serrasalmus spp.), que é muito abundante em seu habitat. Também estão o shuyo (Erythrinus erythrynus), o tucunaré (Cichla ocellaris) e o acarahuazú (Astronotus ocellatus). Os paiches adultos contam com a proteção natural de suas grossas escamas. Entre os parasitas que afetam o paiche estão o Goezia spinulosa, que invade seu estômago. Também está o Philometra senticosa, que parasita sua bexiga natatória. É comum a presença de parasitas externos como as sanguessugas.

VALOR NUTRICIONAL DO PAICHE

Período de Defeso do Paiche
Período de Defeso do Paiche

EXTRAÇÃO DO PAICHE

A pesca do paiche fora do período de defeso ocorre principalmente nos rios e lagos amazônicos. Devido ao seu grande tamanho, utilizam-se métodos como arpões para capturá-los em seu habitat natural. Quanto à paicicultura, o cultivo dessa espécie em gaiolas flutuantes tem mostrado um crescimento constante, especialmente em Loreto e Ucayali.

A pesca na Amazônia Peruana é uma fonte importante de proteínas animais e de renda econômica para as comunidades indígenas e colonos que vivem nas margens dos rios. 75% do volume de peixe capturado corresponde à pesca de subsistência, enquanto 25% provêm da pesca comercial. Esta atividade comercial tem sido muito dinâmica, porém com pouca organização, o que tem levado à diminuição da captura anual de espécies economicamente valiosas, como os bagres migratórios, o paiche, a gamitana e o paco. A falta de informações confiáveis dificulta uma avaliação precisa dos fatores que contribuem para esse problema (IMARPE, 2016). O paiche é capturado nos rios principalmente com arpões, devido ao seu grande tamanho e peso, enquanto em cativeiro utiliza-se o método de gaiolas flutuantes para sua extração.

COMERCIALIZAÇÃO DO PAICHE

A aquicultura tem se mostrado uma opção viável para a produção de paiche, especialmente durante e após o período de defeso. Em cativeiro, o paiche pode atingir um tamanho de até um metro de comprimento e 12 quilos de peso em apenas um ano. A carne do paiche, altamente valorizada tanto nos mercados nacionais quanto internacionais, alcançou preços elevados, especialmente durante os meses de defeso.

Período de Defeso do Paiche

Na Amazônia, a aquicultura se apresenta como uma alternativa rentável, já que as terras da região não são adequadas para a agricultura (devido à sua fina camada fértil e clima desfavorável) nem para a pecuária (devido à escassez de pasto). Essas limitações se transformam em vantagens para a aquicultura. Embora o peixe seja uma parte fundamental da dieta da população amazônica, sua disponibilidade é sazonal, determinada pelo comportamento dos rios, o que afeta o nível de captura. A aquicultura tem experimentado um desenvolvimento importante a nível regional e se consolida como um produto substituto diante das flutuações da pesca tradicional (Hidalgo, 2013).

VANTAGENS DO COMÉRCIO DO PAICHE

O paiche oferece várias vantagens para o seu cultivo intensivo na Amazônia peruana (Alcántara et al., 2006), como sua alta demanda a nível regional, com excelentes perspectivas nos mercados nacionais e internacionais. Além disso, mantém um preço elevado durante todo o ano, entre 15 e 18 soles por quilo nos mercados de Iquitos e Pucallpa. O paiche cresce rapidamente, atingindo um metro de comprimento e 12 kg de peso em um ano. Também pode se reproduzir em tanques, com um casal produzindo cerca de dois mil alevinos por ano. Não necessita de água com altos níveis de oxigênio, já que pode respirar ar atmosférico, e pode ser criado em altas densidades tanto em tanques quanto em gaiolas flutuantes. Além disso, possui alta tolerância ao manejo e se adapta bem à ração balanceada.

Período de Defeso do Paiche

EXPORTAÇÃO DO PAICHE

Até pouco tempo atrás, o paiche era exportado principalmente como peixe ornamental para exibição em aquários. No entanto, há cerca de 15 anos, com o crescimento da gastronomia peruana, o paiche começou a ser comercializado internacionalmente como alimento, sendo muito bem recebido por seu delicioso sabor. Sua carne é exportada em diversas apresentações: refrigerada, fresca ou congelada, seca/salgada em filés, eviscerado e inteiro (com um peso médio de 10 a 12 kg), ou em filés sem ossos de 300 a 500 gramas. Os principais mercados são a Espanha e os EUA, onde alguns empresários também o reexportam para outros países, incluindo a Europa.

A análise mostra que a exportação de paiche seco e salgado superou a de peixes ornamentais, devido à alta demanda e facilidade de embalagem. A criação e comercialização do paiche é uma oportunidade atraente para investidores, dado seus altos lucros. O Estado peruano fomenta esse tipo de projeto através de concursos nacionais, buscando aumentar as exportações para mercados desenvolvidos como os Estados Unidos e a Europa. Além disso, o impulso de novos projetos de biocomércio na Amazônia peruana conta com o apoio da cooperação internacional, que investe tempo e recursos para promover o crescimento deste setor.

Participe da pesca esportiva de paiche na Amazônia peruana e descubra a emoção de enfrentar esse impressionante gigante dos rios. Com seu tamanho e força, o paiche oferece uma experiência única que não é apenas um desafio para os pescadores. Ele também contribui para a conservação desse ecossistema de valor inestimável. Além disso, ao pescar com responsabilidade, você estará ajudando a preservar a biodiversidade da região. Aqui está um passeio que pode lhe interessar.

Período de Defeso do Paiche
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Pesca Esportiva Iquitos 4 dias

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